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Narcisismo e o complexo de inferioridade

Atualizado: 12 de ago. de 2021



A linha tênue entre se achar maravilhoso e buscar aprovação alheia


Aí você pode perguntar: “Ué, mas num era esse cara que tinha se apaixonado pela própria imagem? O que isso tem a ver com inferioridade? Ele é muito soberbo! Deve se amar demais”.

Pois é, é esse cara mesmo. Narciso é um herói que se apaixona pela própria imagem ao vê-la no lago e esse momento o arrasta em uma trajetória amaldiçoada que tem um triste fim.

Viver esse tipo de mito de amor ensimesmado é muito diferente de nutrir amor pela pessoa que você é.

Narciso precisa sempre de um outro, ele precisa fazer as pessoas de espelhos, capazes de refletir a sua beleza e ampliar a sua grandeza.

Na maioria das vezes, esse complexo disfarça uma falta exagerada de autoconfiança e alivia sentimentos de inferioridade agudos.

Narciso é aquela pessoa que posta 500 selfies por dia no Instagram e fica triste se não recebe o número de curtidas que esperava. Não lhe fizeram eco, não encontrou espelhos o suficiente e, como dizem atualmente, não “ganhou biscoito”.

Seu valor pessoal depende do que as pessoas pensam dele e é constantemente alimentado por esse retorno.


Aí você pode perguntar: amor-próprio e narcisismo são a mesma coisa?

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A resposta é não! Apesar das duas coisas serem separadas por uma linha muito fina, uma vez que ambas falam de reconhecer suas próprias qualidades e gostar de quem se é.

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O narcisismo, enquanto patologia, é um grau de ensimesmamento que gera indiferença ao outro e não sustenta sozinho o apreço por si mesmo. O narcisista, como o próprio nome denuncia, está ligado ao mito de Narciso e precisa de reflexos, ecos, que o validem, esse é o único valor que as pessoas, status e coisas têm para ele.

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O amor-próprio, por sua vez, está relacionado ao arquétipo de Afrodite. É sobre se amar e, por isso, respeitar quem se é, não se diluindo nos outros em busca de aprovação. Esse tipo de amor não vê as outras pessoas como palco, onde pode exibir sua grandeza, mas como portadores de fascínios que ela desconhece e que está curiosa por conhecer e, assim, agregar em sua vida.


Afrodite é o antídoto para o Narciso ferido que se proliferou com a nossa vivência nas redes sociais. Ela é importante para neutralizar os nossos impulsos mais narcisistas.


Essa frase de Osho resume bem a diferença entre o amor-próprio da Deusa e a paixão ensimesmada de Narciso:


“Não importa se te amam ou te criticam, te respeitam, te honram, ou te difamem, que te coroem ou te crucifiquem; porque a maior bênção que há na existência é ser você mesmo” – Osho.


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