“O primeiro espelho da criatura humana é o rosto da mãe:
A sua expressão, o seu olhar, a sua voz.
[...] É como se o bebê pensasse:
Olho e sou visto, logo, existo!” -
(Donald Winnicott)
É dessa primeira projeção que justificamos nossa existência e sentido. Mães são portais para a vida e permanecem sendo a fonte de vida por um bom tempo entre o nutrir, proteger e fazer crescer. Quanto poder essa mulher tem sobre nós!
Mas portal não é morada. É passagem!
Em uma jornada de amadurecimento psicológico, muito se fala de abandonar os ideais, as expectativas e a autoridade que outorgamos aos nossos pais. À primeira vista, a ideia de “matar a mãe”, como é popularmente chamado esse processo, pode parecer algo até errado, pecaminoso, impuro. “Como um filho pode fazer isso?”.
Quando matamos (psicologicamente) a mãe e o pai que criamos como perfeitos e ideais rígidos do que seguir - ou como grandes causadores de sofrimento, que possuem poder sobre nós -, matamos também a mentalidade subserviente de “filho”, do ser que depende de alguém “maior” para lhe cuidar, proteger e sustentar sua existência sempre, e esse é o objetivo. O objetivo é que nos tornemos mães e pais de nós mesmos, e seria melhor chamado de “integrar a mãe”. E, quando isso acontece, libertarmos nossa mãe física da expectativa de ser a mãe perfeita de comercial.
Quando um filho se liberta, ele liberta também uma mãe. E como é verdadeira a relação de quem pode rasgar os papéis e ser apenas quem é.
Mãe também pode ser amiga, companheira e ouvinte! Mãe pode errar e não fazer sentido. Como qualquer pessoa, incluindo você.
Encapsular um sujeito em uma única função e fazer com que ele corresponda a isso não é saudável para ninguém. A vida é mais!
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